terça-feira, 20 de abril de 2010

Não te amo

Não te amo, quero-te: o amar vem d'alma.
E eu n'alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai! não te amo, não!

Ai! não te amo,não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau feitiço azado
Êste indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero;
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

2 comentários:

  1. Lindooo...
    Tu já viu aquele poeminha do Não te amo, mais. Não, te amo?
    Algo assim... Quando comecei a ler achei que era ele!

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  2. Oi, Ana! Acho que conheço sim... um que a gente lê ao contrário depois? Beijo, e obrigado pelo comentário! ;D

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